Remédios e Prevenção de Carrapatos em Cães: Guia Completo

Os carrapatos são parasitas perigosos e persistentes que afetam cães de todas as raças e idades. Além de causar incômodo e irritação, podem transmitir doenças graves tanto para os pets quanto para os humanos.

Este guia completo explica como eles agem, quais riscos representam e como proteger seu cão com segurança e eficiência.

1. Por que os carrapatos são um problema

Os carrapatos não são apenas um incômodo estético. Eles representam uma ameaça direta à saúde animal e à segurança da casa.

Ao se fixarem na pele do cão para se alimentar de sangue, podem causar lesões, anemia e transmitir doenças infecciosas sérias. Em ambientes quentes e úmidos, as infestações se multiplicam rapidamente, tornando o controle mais difícil se não houver prevenção adequada.

O que são carrapatos e como agem no cão

Os carrapatos são ectoparasitas hematófagos, o que significa que se alimentam de sangue e vivem externamente ao corpo do hospedeiro. Pertencem à classe Arachnida, a mesma das aranhas e ácaros.

No Brasil, as espécies mais comuns que afetam cães são:

  • Rhipicephalus sanguineus (carrapato-marrom-do-cão)
  • Amblyomma cajennense (carrapato-estrela)
  • Amblyomma aureolatum, encontrado com frequência em áreas de vegetação densa

Esses parasitas passam por quatro fases: ovo, larva, ninfa e adulto. Em três delas, precisam se alimentar de sangue para sobreviver.

Ao picar o cão, o carrapato injeta substâncias anestésicas e anticoagulantes que impedem o animal de sentir dor imediata. Durante a alimentação, podem transmitir agentes infecciosos que causam doenças potencialmente fatais.

Curiosidade: uma única fêmea adulta pode depositar até cinco mil ovos em locais escuros e úmidos, como frestas de paredes, tapetes e quintais. Isso explica por que o tratamento deve sempre incluir o ambiente.

Principais doenças transmitidas por carrapatos (ex: Febre Maculosa)

Os carrapatos são vetores de diferentes micro-organismos capazes de causar doenças graves em cães e, em alguns casos, em humanos.

As mais comuns são:

Doença do Carrapato (Ehrlichiose e Babesiose Canina)

A doença do carrapato é causada por bactérias do gênero Ehrlichia e protozoários do gênero Babesia.

Esses agentes atacam as células sanguíneas e o sistema imunológico do cão, levando a sintomas como febre, apatia, perda de apetite, mucosas pálidas, sangramentos, emagrecimento e, em casos avançados, convulsões. Sem tratamento veterinário, a doença pode evoluir para anemia severa e risco de morte.

Febre Maculosa Brasileira

Causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, a febre maculosa é transmitida principalmente pelo carrapato-estrela (Amblyomma spp.).

Trata-se de uma zoonose, o que significa que pode ser transmitida aos humanos. Nos cães, os sintomas incluem febre alta, manchas avermelhadas na pele, fraqueza e falta de apetite.

Em humanos, pode causar febre intensa, dores musculares e, em casos graves, comprometimento neurológico.

Essas doenças são menos frequentes, mas também perigosas. Elas comprometem órgãos vitais como o fígado e os rins, além de enfraquecer o sistema imunológico.

Os cães afetados apresentam apatia, perda de peso, anemia e aumento de volume abdominal. O tratamento requer acompanhamento veterinário e controle rigoroso dos parasitas.

Atenção: basta a picada de um carrapato infectado para transmitir a doença. Por isso, a prevenção regular é essencial.

Sintomas em cães, saiba reconhecer

Detectar precocemente os sinais de infestação e infecção pode salvar a vida do seu pet.

Os sintomas mais comuns são:

  • Coceira persistente e lambidas constantes em certas regiões
  • Feridas, crostas e áreas avermelhadas na pele
  • Presença visível de carrapatos em orelhas, pescoço, axilas ou entre os dedos
  • Febre, fraqueza e perda de apetite
  • Mucosas pálidas ou amareladas, indicando anemia ou icterícia
  • Sangramentos nas gengivas ou pelo nariz
  • Tremores, convulsões ou dificuldade para andar em estágios graves

Ao notar qualquer desses sinais, procure imediatamente um médico veterinário.

O diagnóstico clínico e laboratorial é fundamental para identificar o agente causador e iniciar o tratamento correto.

Importante: a ausência de carrapatos visíveis não significa que o cão está livre de risco. Eles podem estar escondidos no ambiente ou terem transmitido agentes patogênicos antes de serem removidos.

2. Como escolher o remédio ou tratamento ideal para carrapatos

Escolher o tratamento adequado contra carrapatos é uma das etapas mais importantes para garantir a saúde e o bem-estar do cão.

Existem diferentes produtos disponíveis no mercado, e a escolha correta depende de fatores como o porte do animal, o ambiente em que vive e a frequência de exposição aos parasitas.

Um tratamento eficiente não apenas elimina os carrapatos existentes, mas também atua na prevenção contínua, impedindo novas infestações.

Critérios de escolha, tipo de ação, frequência, porte do cão

Antes de definir qual produto utilizar, o tutor deve observar alguns critérios fundamentais:

  1. Porte e peso do cão: cada produto antiparasitário possui uma dosagem específica. A aplicação incorreta pode causar ineficácia ou intoxicação. Sempre consulte as instruções do fabricante e, preferencialmente, um médico veterinário.
  2. Idade e estado de saúde: filhotes, cães idosos, fêmeas gestantes ou com doenças crônicas exigem produtos específicos. Alguns antiparasitários não são indicados nesses casos.
  3. Tipo de ação desejada: alguns produtos agem de forma sistêmica, ou seja, através da corrente sanguínea, enquanto outros atuam topicamente, matando o carrapato no contato com a pele.
  4. Frequência de aplicação: há produtos com duração de 30 dias, 90 dias ou até 8 meses. Cães que vivem em áreas rurais, com gramados ou contato com outros animais, exigem tratamentos de maior cobertura e frequência.
  5. Ambiente e estilo de vida: cães que frequentam parques, fazendas ou praias têm maior risco de exposição a parasitas e devem ser protegidos de forma contínua.

O ideal é adotar uma estratégia integrada, que combine medidas preventivas, controle ambiental e uso regular de antiparasitários de acordo com o perfil do pet.

Formas de tratamento disponíveis

O mercado oferece diferentes opções para o controle de carrapatos, com variações na forma de aplicação, tempo de duração e modo de ação. A seguir, conheça as principais.

Comprimidos (ex: Bravecto, NexGard)

Os comprimidos mastigáveis são uma das opções mais práticas e eficazes no combate a pulgas e carrapatos.

Atuam de forma sistêmica, ou seja, após a ingestão, o princípio ativo circula no sangue do cão. Quando o carrapato pica o animal, ele ingere a substância e morre em poucas horas.

Entre as opções mais conhecidas estão Bravecto, NexGard e Simparic, com variações de duração entre 30 e 90 dias.

Vantagens:

  • Alta eficácia e rapidez na ação
  • Ideal para cães que tomam banho com frequência
  • Fácil administração e controle da dosagem

Cuidados:

  • Deve ser administrado conforme o peso corporal
  • Não indicado para filhotes com menos de oito semanas
  • É essencial garantir que o cão realmente engula o comprimido inteiro

Pipetas/spot-on

As pipetas, também conhecidas como produtos spot-on, são aplicadas diretamente na pele do animal, geralmente na nuca. O princípio ativo se espalha pela camada lipídica da pele, criando uma barreira que elimina e repele carrapatos.

As marcas mais populares são Frontline Plus, Advantix e Vectra 3D.

Vantagens:

  • Proteção eficaz por até 30 dias
  • Ação repelente e larvicida
  • Fácil aplicação tópica

Cuidados:

  • Evitar banhos até 48 horas após a aplicação
  • Aplicar apenas na pele, nunca sobre os pelos
  • Não utilizar em cães molhados ou com lesões cutâneas

Coleiras medicamentosas

As coleiras antiparasitárias liberam gradualmente substâncias ativas que se espalham pelo corpo do cão, oferecendo proteção prolongada, em alguns casos de até oito meses.

Entre as mais conhecidas estão Scalibor, Seresto e Defenza.

Vantagens:

  • Longa duração, reduzindo a necessidade de reaplicações frequentes
  • Eficaz contra pulgas, carrapatos e mosquitos transmissores de leishmaniose 
  • Conveniente para tutores que buscam praticidade

Cuidados:

  • Ajustar bem a coleira, sem apertar demais
  • Retirar durante banhos frequentes para prolongar o efeito
  • Observar possíveis reações alérgicas na região do pescoço

Sprays ou outros formatos

Os sprays antiparasitários são indicados para cães filhotes, animais sensíveis ou como complemento a outros métodos. Eles atuam por contato direto, eliminando os parasitas presentes na pelagem e servindo também para higienizar o ambiente.

Marcas como Frontline Spray e Ec-Pet são amplamente utilizadas.

Vantagens:

  • Uso imediato e ação rápida Indicado para filhotes a partir de dois dias de vida
  • Pode ser aplicado em cobertores e caminhas

Cuidados:

  • Evitar o contato do produto com os olhos e mucosas
  • Reaplicar conforme orientação do fabricante
  • Não substituir o uso regular de antiparasitários de longa duração

Comparativo: eficácia, duração, custo, comodidade

Tipo de produto Tempo de proteção Eficácia Custo aproximado Comodidade
Comprimido 1 a 3 meses Alta Médio a alto Muito prática
Pipeta 30 dias Alta Médio Fácil de aplicar
Coleira 6 a 8 meses Alta Médio Conveniente e duradoura
Spray Variável (uso pontual) Média Baixo Requer reaplicação frequente

A escolha depende do perfil do cão e da rotina do tutor:

  • Para quem busca praticidade e efeito duradouro, as coleiras são uma ótima opção.
  • Já os comprimidos são ideais para cães que tomam banhos com frequência.
  • As pipetas são eficazes em infestações moderadas, e os sprays funcionam como reforço ou para uso emergencial.

Erros comuns ao escolher ou aplicar o remédio

Mesmo com uma ampla variedade de produtos, muitos tutores cometem erros que comprometem a eficácia do tratamento.

Os mais comuns incluem:

  • Aplicar o produto sem respeitar a dosagem indicada para o peso do animal
  • Utilizar produtos de gato em cães, o que pode causar intoxicação grave
  • Não tratar o ambiente, permitindo que os carrapatos retornem após poucos dias
  • Banhar o cão logo após aplicar pipetas, reduzindo o efeito protetor
  • Esquecer de manter o controle contínuo, interrompendo o tratamento antes do período ideal

Recomendação: consulte sempre um médico-veterinário antes de iniciar qualquer tratamento antiparasitário. O uso incorreto pode causar reações adversas e reduzir a eficácia dos produtos.

3. Os melhores remédios para carrapato em cães (2025)

Com o avanço das pesquisas em medicina veterinária, o mercado pet passou a oferecer opções cada vez mais eficazes no combate a carrapatos, pulgas e outros parasitas.

Em 2025, alguns produtos se destacam pela combinação de segurança, duração do efeito e praticidade de uso.

A escolha do melhor remédio depende de fatores como idade, porte, estilo de vida do cão e grau de infestação. A seguir, veja os principais antiparasitários recomendados por veterinários e amplamente utilizados pelos tutores.

Top 5 sugestões: Bravecto, NexGard, Simparic, coleira medicamentosa A, pipeta B

Abaixo estão os cinco produtos de maior destaque em 2025, com base em eficácia comprovada, popularidade e avaliações positivas de profissionais da área veterinária.

  1. Bravecto (MSD Animal Health)

O Bravecto é um comprimido mastigável com alta eficácia contra pulgas e carrapatos. Seu principal diferencial é a duração prolongada, oferecendo proteção de até 12 semanas com uma única dose. É indicado para cães a partir de 8 semanas de idade e com peso mínimo de 2 kg.

O princípio ativo, fluralaner, age rapidamente, eliminando os parasitas em poucas horas.

  1. NexGard (Boehringer Ingelheim)

O NexGard é um dos antiparasitários mais conhecidos no mercado. Contém afoxolaner, substância que atua no sistema nervoso dos carrapatos, levando-os à morte em até 8 horas após a ingestão. Sua administração é mensal e recomendada para cães a partir de 8 semanas de idade e 2 kg de peso.

Além de eliminar pulgas e carrapatos, auxilia na redução do risco de doenças transmitidas por esses parasitas.

  1. Simparic (Zoetis)

O Simparic é um comprimido mastigável à base de sarolaner, conhecido por sua ação rápida e duradoura. Mata carrapatos em até 3 horas após a administração e mantém o efeito por 35 dias.

É indicado para cães com pelo menos 6 meses de idade, sendo bem tolerado mesmo em raças sensíveis.

  1. Coleira Medicamentosa A (exemplo: Seresto, da Elanco)

As coleiras antiparasitárias, como a Seresto, são ideais para tutores que buscam praticidade e proteção prolongada. O produto combina imidacloprida e flumetrina, liberando gradualmente os ativos por até 8 meses. É eficaz contra pulgas, carrapatos e piolhos, sendo segura para cães a partir de 7 semanas de idade.

  1. Pipeta B (exemplo: Frontline Plus, da Boehringer Ingelheim)

A pipeta Frontline Plus é aplicada diretamente na pele e oferece proteção por até 30 dias. Contém fipronil e S-methoprene, que eliminam pulgas e carrapatos em todas as fases do ciclo de vida, incluindo ovos e larvas. É uma excelente escolha para tutores que preferem tratamentos tópicos e de aplicação rápida.

 

Dica do especialista: o uso contínuo e regular é essencial para evitar reinfestações. O intervalo entre as doses deve ser rigorosamente respeitado conforme o tipo de produto.

Como e quando aplicar cada uma (faixa etária, porte, raça, condições)

Cada tipo de antiparasitário possui recomendações específicas que garantem a eficácia e evitam riscos de intoxicação. Seguir corretamente as orientações do fabricante e do veterinário é fundamental.

  • Comprimidos (Bravecto, NexGard, Simparic): devem ser administrados por via oral, preferencialmente com alimento, para facilitar a absorção. A dosagem deve ser ajustada conforme o peso corporal.

Cães de pequeno porte e filhotes devem receber a menor dosagem disponível, enquanto cães grandes exigem comprimidos específicos para sua faixa de peso.

Esses medicamentos podem ser utilizados em qualquer raça, mas é importante observar a tolerância individual, especialmente em cães com histórico de alergia.

  • Coleiras: devem ser colocadas ajustadas ao pescoço, permitindo dois dedos de folga entre a coleira e a pele. Devem permanecer no cão de forma contínua, sendo removidas apenas durante banhos muito frequentes.

São seguras para a maioria das raças, inclusive as de pelo longo. Entretanto, é importante verificar se não há irritação na pele nos primeiros dias de uso.

Pipetas: a aplicação deve ser feita na pele seca, afastando os pelos entre as escápulas (parte superior das costas).
O produto deve ser aplicado diretamente sobre a pele, evitando lambeduras até a secagem completa. Recomenda-se não dar banho no animal nas 48 horas anteriores e posteriores à aplicação.

Importante: nunca utilize produtos antiparasitários de gatos em cães. As formulações são diferentes e podem causar intoxicação severa.

Precauções, contraindicações e quando consultar o veterinário

Apesar de os antiparasitários serem seguros quando usados corretamente, alguns cuidados são indispensáveis para evitar efeitos adversos.

  • Idade mínima: verifique sempre a faixa etária indicada na embalagem. Muitos produtos não são seguros para filhotes com menos de 8 semanas de vida.
  • Condições de saúde: cães com histórico de problemas hepáticos, renais, convulsões ou gestação devem ser avaliados pelo veterinário antes do uso de qualquer medicamento.
  • Dosagem incorreta: aplicar uma dose inadequada pode causar vômitos, tremores, letargia e até intoxicação. Utilize balanças de precisão para determinar o peso exato do cão antes da administração.
  • Combinação indevida: não combine dois antiparasitários sistêmicos sem orientação profissional, pois isso pode sobrecarregar o metabolismo do animal.
  • Reações adversas: observe o cão nas primeiras 24 horas após a aplicação. Se houver vômitos, apatia, salivação excessiva ou irritação cutânea, interrompa o uso e procure um veterinário imediatamente.

O acompanhamento profissional é indispensável. O veterinário pode realizar exames complementares, indicar a dosagem ideal e ajustar o tratamento de acordo com o histórico de saúde e a rotina do pet.

Recomendação do Sai Carrapato: mantenha um calendário antiparasitário com lembretes mensais. Isso ajuda o tutor a garantir que o cão esteja sempre protegido durante todo o ano, especialmente nas estações mais quentes, quando a infestação de carrapatos aumenta.

Prevenção e controle ambiental

O controle dos carrapatos não depende apenas do uso de medicamentos no animal. A prevenção eficaz envolve também o tratamento do ambiente, onde a maioria dos parasitas se desenvolve.

Estudos indicam que apenas 5% dos carrapatos vivem no corpo do cão, enquanto 95% estão no ambiente, em forma de ovos, larvas ou ninfas. Por isso, o combate deve ser integrado, envolvendo o pet e todos os locais onde ele circula.

Identificação da infestação no animal e no ambiente

O primeiro passo para controlar os carrapatos é identificar corretamente a infestação. No animal, é possível notar a presença de pequenos pontos escuros aderidos à pele, especialmente nas orelhas, entre os dedos, axilas e pescoço. O cão também pode apresentar coceira intensa, inquietação e feridas.

No ambiente, os sinais são mais sutis.


Os carrapatos costumam se esconder em locais como:

  • Rodapés e frestas de paredes
  • Tapetes e carpetes
  • Camas, cobertores e sofás
  • Quintais com grama alta ou folhas acumuladas

A presença de ninfas ou ovos brancos aderidos a tecidos e superfícies é um alerta para uma infestação ativa. Quanto antes for detectada, mais fácil será o controle.

Entenda o ciclo de vida dos carrapatos para prevenir melhor

Compreender o ciclo biológico dos carrapatos é essencial para adotar medidas preventivas eficazes. Eles passam por quatro estágios: ovo, larva, ninfa e adulto. A fêmea adulta, após se alimentar de sangue, se desprende do hospedeiro e deposita seus ovos no ambiente. Após alguns dias, surgem as larvas, que sobem em busca de um novo hospedeiro.

Cada ciclo pode durar de 2 a 6 meses, dependendo da temperatura e da umidade.

Isso explica por que, mesmo após eliminar os carrapatos visíveis, as infestações podem retornar. O ambiente deve ser tratado de forma constante para interromper esse ciclo e impedir a eclosão de novas gerações.

Dica importante: ambientes quentes e úmidos favorecem o desenvolvimento dos carrapatos. Manter a casa ventilada e o quintal limpo reduz consideravelmente o risco de infestação.

Tratamento do ambiente interno (tapetes, cama, locais de dormida)

Dentro de casa, os carrapatos encontram abrigo em locais quentes e de difícil acesso. A limpeza deve ser feita de forma detalhada e regular.

Recomendações principais:

  • Lavar semanalmente as roupas de cama, cobertores e mantas do cão com água quente e sabão neutro.
  • Aspirar tapetes, sofás e frestas de piso e rodapé, descartando o conteúdo do aspirador imediatamente após o uso.
  • Utilizar produtos específicos para controle ambiental, como sprays ou soluções antiparasitárias recomendadas por veterinários.
  • Evitar produtos domésticos com cloro ou amônia, que podem ser tóxicos para os pets e não eliminam os ovos.

Após o tratamento, mantenha o ambiente ventilado e limpo. A desinfestação interna deve ser repetida periodicamente, especialmente durante o verão.

Tratamento do ambiente externo (quintal, gramado, plantas)

Os quintais e áreas externas são locais ideais para o desenvolvimento dos carrapatos, especialmente quando há grama alta ou acúmulo de folhas.

Medidas preventivas e de controle:

  • Cortar regularmente a grama e remover folhas secas, evitando locais sombreados e úmidos.
  • Lavar pisos e calçadas com água e sabão neutro, utilizando escovas para atingir frestas.
  • Aplicar soluções carrapaticidas específicas para o ambiente, preferencialmente sob orientação veterinária.
  • Evitar o acúmulo de objetos que possam servir de abrigo, como madeiras, caixas ou panos velhos.
  • Se houver infestação severa, pode ser necessário contratar serviços profissionais de dedetização, utilizando produtos que não prejudiquem os animais domésticos.

A combinação de limpeza constante e controle químico é a forma mais eficiente de eliminar carrapatos no ambiente externo.

Medidas contínuas de prevenção (higienização, inspeção regular)

A prevenção deve ser mantida durante todo o ano, especialmente nas estações mais quentes e úmidas, quando a proliferação de carrapatos é maior.

As principais medidas incluem:

  • Escovar o cão regularmente para identificar possíveis parasitas antes que se multipliquem.
  • Realizar inspeções semanais na pele, principalmente após passeios ou contato com áreas verdes.
  • Manter o calendário antiparasitário atualizado, aplicando remédios conforme a orientação do veterinário.
  • Limpar e aspirar o ambiente com frequência, evitando o acúmulo de sujeira e pelos.
  • Evitar o contato com animais infestados, pois os carrapatos se deslocam facilmente entre hospedeiros.

A constância é o fator-chave na prevenção. Cães que recebem controle antiparasitário contínuo têm risco significativamente menor de contrair doenças graves.

Remédios caseiros, o que usar com cuidado (aviso : complementar, não substituto)

Alguns tutores recorrem a soluções caseiras como vinagre, óleo de neem ou cravo-da-índia para afastar carrapatos.

Embora esses métodos possam oferecer efeito repelente leve, eles não substituem os antiparasitários veterinários e não garantem proteção completa.

Uso com cautela:

  • Vinagre de maçã diluído (metade vinagre, metade água) pode ser aplicado de forma leve no pelo, evitando olhos e mucosas.
  • Óleo essencial de neem tem propriedades repelentes, mas deve ser utilizado em baixas concentrações e somente com orientação profissional.
  • Infusões de camomila ou lavanda podem ser aplicadas como complemento para aliviar irritações na pele após a remoção de carrapatos.

Atenção: o uso excessivo de substâncias naturais pode causar irritação cutânea, alergias ou intoxicações. Sempre consulte um médico-veterinário antes de aplicar qualquer produto no seu cão. As soluções caseiras devem ser vistas apenas como apoio à prevenção, e não como tratamento principal.

5. Doenças do carrapato em cães: tem cura?

As doenças transmitidas por carrapatos estão entre as principais causas de atendimento veterinário de emergência em cães no Brasil. Elas podem afetar diferentes sistemas do organismo e, quando não tratadas adequadamente, evoluir para quadros graves e até fatais.

Com diagnóstico precoce e tratamento correto, no entanto, é possível alcançar a recuperação total do animal.

Nesta seção, você vai entender quais são os riscos, as formas de tratamento e as medidas de prevenção mais eficazes.

Qual o risco para o cão?

Os carrapatos são transmissores de micro-organismos como Ehrlichia canis, Babesia canis, Anaplasma platys e Hepatozoon canis.

Essas bactérias e protozoários penetram na corrente sanguínea durante a picada e se multiplicam rapidamente, afetando órgãos vitais.

Os principais sistemas atingidos são:

  • Sistema circulatório, levando à destruição de glóbulos vermelhos e plaquetas.
  • Sistema imunológico, que fica debilitado, tornando o animal vulnerável a outras infecções.
  • Sistema hepático e renal, prejudicando as funções de eliminação de toxinas.
  • Sistema nervoso, em casos mais avançados, causando convulsões e descoordenação motora.

Os sintomas variam conforme a fase da doença e podem incluir:

  • Febre persistente
  • Apatia e fraqueza
  • Perda de apetite e emagrecimento
  • Sangramentos nas gengivas, nariz ou urina
  • Mucosas pálidas ou amareladas
  • Dificuldade para andar e tremores

Sem tratamento, a doença pode evoluir para uma forma crônica, com destruição progressiva das células sanguíneas e comprometimento de múltiplos órgãos.

Em casos graves, pode ocorrer anemia severa, insuficiência renal e óbito.

Por isso, a atenção aos primeiros sinais e a busca imediata por atendimento veterinário são essenciais.

A doença do carrapato tem cura? Tratamentos veterinários

Sim, a doença do carrapato tem cura, desde que diagnosticada precocemente e tratada de forma adequada.

O tratamento deve sempre ser realizado sob supervisão veterinária, pois envolve medicamentos específicos que variam conforme o agente causador e o estado clínico do animal.

As abordagens terapêuticas mais utilizadas incluem:

  1. Antibióticos específicos
    O medicamento mais comum é a doxiciclina, eficaz contra a Ehrlichia canis e Anaplasma platys. O tratamento costuma durar de 21 a 30 dias, podendo ser estendido conforme a resposta clínica.
  2. Antiprotozoários
    Quando o agente é a Babesia canis, o veterinário pode indicar medicamentos como imidocarb dipropionato, aplicados por via injetável.
  3. Terapia de suporte
    Inclui soro intravenoso, vitaminas do complexo B, protetores hepáticos e, em casos de anemia grave, transfusão de sangue. O objetivo é restaurar as funções vitais e fortalecer o sistema imunológico.
  4. Controle antiparasitário contínuo
    O uso regular de antiparasitários é essencial para evitar novas infecções durante o tratamento. Produtos como Bravecto, NexGard ou Simparic são frequentemente utilizados nesse período de recuperação.

Atenção: o tratamento nunca deve ser interrompido sem orientação veterinária. A suspensão precoce pode permitir que o agente infeccioso volte a se multiplicar, causando recaídas e cronificação da doença.

O prognóstico é geralmente favorável quando o diagnóstico é precoce. No entanto, em casos avançados, com comprometimento de órgãos internos, o tratamento pode se tornar mais longo e exigir acompanhamento permanente.

Como prevenir para evitar chegar nesse ponto

A prevenção é a forma mais eficaz de proteger o cão contra as doenças do carrapato. Ela deve ser contínua, combinando medidas ambientais, cuidados higiênicos e controle antiparasitário.

As principais ações preventivas incluem:

    • Uso regular de antiparasitários: mantenha o calendário atualizado conforme a orientação do veterinário.
    • Higienização do ambiente: lave semanalmente as roupas de cama, limpe frestas e mantenha o quintal livre de folhas e umidade.
    • Inspeção corporal frequente: examine o cão após passeios ou contato com áreas de vegetação.
    • Banhos regulares com produtos veterinários específicos, evitando o acúmulo de sujeira e parasitas.
    • Evitar contato com animais infestados, especialmente em parques, sítios e canis coletivos.

Além disso, é importante manter o sistema imunológico do cão fortalecido por meio de alimentação equilibrada e acompanhamento veterinário periódico. Animais saudáveis têm maior resistência às infecções transmitidas por carrapatos.

Recomendação do Sai Carrapato: a prevenção deve ser tratada como rotina, não como medida emergencial. Uma boa estratégia antiparasitária é capaz de proteger o cão durante todo o ano, evitando sofrimento, gastos elevados e riscos à saúde da família.

6. Perguntas frequentes (FAQ) sobre carrapatos em cães

Ao lidar com carrapatos, muitos tutores têm dúvidas sobre o uso correto dos medicamentos, a frequência de aplicação e a segurança dos produtos antiparasitários.

Para ajudar a esclarecer as questões mais comuns, reunimos abaixo as principais perguntas e respostas sobre o tema, com base em orientações veterinárias atualizadas.

“Remédio para carrapato serve apenas para tratamento ou também prevenção?”

Os remédios contra carrapatos têm duas funções principais: tratar infestações existentes e prevenir novas ocorrências.

A maioria dos antiparasitários modernos, como Bravecto, NexGard, Simparic e coleiras medicamentosas, atua de forma curativa e preventiva.

Isso significa que eles eliminam os carrapatos presentes no corpo do cão e continuam ativos por semanas ou meses, impedindo que novos parasitas se fixem.

O segredo está na continuidade do uso. Quando o tutor aplica o produto apenas uma vez, o efeito é temporário.

Para manter a proteção, é essencial seguir o intervalo de reaplicação indicado pelo fabricante, garantindo que o cão esteja protegido durante todo o ciclo de vida do carrapato.

Exemplo prático: enquanto o Bravecto protege por até 12 semanas, o NexGard tem duração mensal. Interromper o uso pode permitir a reinfestação mesmo após o tratamento inicial.

“Com que frequência aplicar?”

A frequência de aplicação depende diretamente do tipo de produto escolhido.
Cada categoria possui um tempo de ação diferente, conforme descrito abaixo:

  • Comprimidos mastigáveis (Bravecto, NexGard, Simparic): variam entre 30 e 90 dias de eficácia.
  • Pipetas ou spot-on (Frontline, Vectra 3D): devem ser reaplicadas a cada 30 dias.
  • Coleiras medicamentosas (Seresto, Scalibor): têm duração de 6 a 8 meses, dependendo da marca e da exposição do cão à água e ao sol.
  • Sprays e produtos ambientais: devem ser usados sempre que houver risco ou presença visível de parasitas.

É importante respeitar o intervalo indicado pelo fabricante.

Aplicar com frequência menor pode causar toxicidade, enquanto prolongar demais o intervalo pode reduzir a proteção.

Para determinar o melhor cronograma, recomenda-se criar um calendário antiparasitário com lembretes mensais ou sazonais.

Dica: cães que vivem em áreas rurais, praias ou locais com vegetação densa devem receber controle antiparasitário contínuo, sem interrupções ao longo do ano.

“Posso usar produtos de gato em cachorro ou vice-versa?”

Não.

Os produtos formulados para gatos nunca devem ser utilizados em cães, e vice-versa.

Apesar de parecerem semelhantes, as composições químicas e dosagens são diferentes, e o uso inadequado pode causar intoxicações graves e até fatais.

Um exemplo é o permethrin, princípio ativo comum em antiparasitários caninos, mas altamente tóxico para gatos.

Da mesma forma, produtos de gato podem não ter eficácia suficiente para cães, deixando-os desprotegidos.

Sinais de intoxicação incluem:

  • Salivação excessiva
  • Tremores musculares
  • Dificuldade para respirar
  • Letargia e vômitos

Em caso de suspeita de reação adversa, o tutor deve lavar imediatamente a área de aplicação com água e sabão neutro e procurar um médico-veterinário de emergência.

Recomendação do Sai Carrapato: sempre utilize produtos aprovados para a espécie, idade e peso do animal, conforme indicado na embalagem e na bula.

“Quando buscar ajuda profissional?”

O acompanhamento veterinário é indispensável tanto na prevenção quanto no tratamento de infestações por carrapatos.

O tutor deve procurar o profissional imediatamente nos seguintes casos:

  • Quando o cão apresenta fraqueza, febre, falta de apetite ou sangramentos.
  • Se o animal tiver reação adversa ao produto antiparasitário, como coceira intensa, vermelhidão ou vômitos.
  • Quando há infestação persistente, mesmo após o uso de medicamentos.
  • Caso o cão tenha histórico de doença do carrapato e precise de acompanhamento para evitar recaídas.

O veterinário realizará exames específicos, como hemograma, sorologia e esfregaço sanguíneo, para identificar o agente infeccioso e definir o tratamento adequado.

Além disso, poderá indicar ajustes de dosagem e recomendar produtos mais eficazes de acordo com a realidade do animal e do ambiente.

Lembre-se: o controle de carrapatos é um cuidado contínuo. A orientação veterinária é a melhor forma de garantir que o cão permaneça saudável, protegido e livre de infestações.

Rolar para cima